O demónio da noite parece segurar entre suas mãos a Terra
e soprar sobre ela chispas como se fosse isca,
violentemente, para incendiá-la.
Esta noite, quando tantas
estrelas caem, teu jovem corpo
de feiticeira arde entre os meus braços
como entre chamas de fogueira.
Louco,
estendo meus braços como labaredas,
para derreter a neve de teus ombros desnudados,
e sover-te, consumir-te, faminto,
a força, o sangue, o orgulho, a primavera, tudo.
Na alvorada, quando o dia iluminar a noite,
quando a cinza da noite perecer levanda
pelo vento ao poente,
na alvorada queria sermos nós também
só cinzas, nós e - a Terra.