resta ainda muito até o pôr do Sol?
Quero entregar minha alma
ao mesma tempo que as serpentes esmagadas ao raiar da manhã
pelos paus dos pastores.
Não me tenho torcido eu também na poeira como elas?
Não me tenho consumido eu também ao sol como elas?
Minha vida foi tudo o que queres,
às vezes fera,
às vezes flor
e às vezes sino - que altercava com o céu.
Hoje me calo aí, e o vazio da tumba
ressoa nos meus ouvidos como um chocalho de barro.
Estou esperando no limiar pela frescura do fim.
Resta ainda muito? Vem, rapaz,
toma um punhado de poeira
e espalha-ma sobre a cabeça em lugar de água e vinho.
Baptiza-me com o torrão.
A sombra do mundo passa sobre o meu coração.