Ha silêncios por aí, pesados e abandonados pelo homem.
Cala-te, cão, que estás provando o vento com as narinas, cala-te.
Não despeças as recordações que vêm
chorando enterrar o rosto nas suas cinzas.
Apoiado nas cavacas estou adivinhando o meu destino
na palma duma folha outonal.
Tempo, quando pretendes tomar o caminho mais curto,
por onde vais?
Os meus passos ressoam na sombra
como se fossem frutos apodrecidos,
caidos duma árvore invisível.
Oh, tão rouca se tornou por causa de velhice a voz do manancial!
Todo o erguer da mão
é só uma dúvida de mais.
As dores reclamam irem
para o segredo fundo do torrão.
Espinhas estou atirando da beira ao lago,
com elas, em círculos, me estou desfazendo.