Paraíso desvanecido

Poemas por Lucian Blaga sobre Contos De Fadas, Espírito, Luta, Paraíso, Santos, Verdade, Vontade, Corpo, Agua, Noite

Paraíso desvanecido

O porteiro alado ainda está a brandir
um botão de espada desprovido de chamas.
Não luta com ninguém,
mas sente-se vencido.
Por toda a parte, nos prados e no torrão,
serafins de cabelos nevados
estãão sedentos de verdade,
mas as águas das fontes
repelam os baldes deles.

Lavando contra vontade
com arados de madeira,
os aranjos se queixam
do peso das asas.
Passa por entre sóis vizinhos
a pomba do Espírito Santo
e com o bico apaga as derradeiras luzes.
De noite os anjos desnudos
tiritando se deitam no feno:
ai de mim, ai de ti,
muitas aranhas encheram a água viva,
uma vez apodrecerão até os anjos debaixo do torrão,
a Terra secará os contos
do corpo triste.
Poemas por Lucian Blaga sobre contos de fadas, espírito, luta, paraíso, santos, verdade, vontade, corpo, agua, noite.
(tradus de Micaela Ghitescu, editia "Mirabila samanta", ed. Minerva, Bucuresti, 1981)

Lucian Blaga 1895 - 1961

Nasceu em: 09 may 1895.
Ele morreu fora da vida em 06 may 1961 com idade 65 anos.

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