Ao chegar a Paris ainda adolescente, Lifar foi descoberto pelo lendário empresário Sergei Diaghilev, fundador dos famosos Ballets Russes. Sob sua tutela, Lifar formou-se não apenas como dançarino, mas também como pensador do movimento, cultivando uma visão artística refinada e moderna.
Após a morte de seu mentor, ele foi convidado a liderar a trupe de balé da Ópera de Paris, onde, por mais de 25 anos, redefiniu o balé clássico, infundindo-lhe força expressiva, linhas modernas e uma teatralidade poética. Durante esse período, ele criou performances inovadoras, apoiou jovens bailarinos e contribuiu decisivamente para o renascimento do balé francês no século XX.
Lifar não foi apenas um artista notável, mas também um coreógrafo prolífico, autor de livros, professor e reformador da linguagem coreográfica. Entre suas obras mais conhecidas estão os balés "Icare", "Suite en Blanc" e "Les Mirages", nos quais o corpo do bailarino é transformado em um instrumento de poesia visual.
Embora às vezes controverso por sua proximidade com as autoridades durante a ocupação nazista, Lifar manteve sua influência na dança francesa até o fim de sua vida, em 15 de dezembro de 1986. Seu legado continua a inspirar dançarinos contemporâneos por meio de elegância, rigor e visão artística.